sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Distante do sol

É gozado contemplar a chuva. Não sei neste momento se ela deixa meu corpo mais frio, ou se é mesmo mais uma ferida aqui dentro no calor da solidão.
É gozado observar estas gotas tocar a grama. Enquanto outras tocam meu rosto dolorosamente.
Não sei se cômico admirar algo cair do céu e alagar um jardim de modo que saceie sua sede, ou acreditar que algo caiu do céu e alagar seu travesseiro de modo que te afogue na decepção.
Fico me perguntando se troveja mais os céus ou minha mente, se relâmpagos em minha volta podem tirar fotos desta tarde displicente, se a biqueira incomoda mais que o medo de seguir adiante ou se é pior um raio acertar na cabeça ou no coração.
Daí interpreto a modo pessoal o que Jesus disse  a Noé ao mostrar o arco-íris, que jamais haverá outra chuva como aquela. Acrescento: Vez por outra haverão outras!
E chego a conclusão que sempre haverão tardes ou madrugadas tempestuosas,intrigantes, daquelas que parecem castigar ou que castigam! Elas acabam por um tempo e depois voltam. Assim como as chuvas, dores parecem ser infinitas, mas sempre terão um novo começo.