Eu poderia calejar meus dedos,
por instantes aposentar meus medos,
difundir-me em teus segredos,
enquanto o sol rompe pelo alvoredo...
Eu poderia gracejar teu folguedo,
silenciar teu degredo
verter junto a ti em um arvoredo
brincar de ser teu brinquedo...
Eu poderia consumir teu enredo,
fazer-te leigo, ser nó de teus cabelos
engano ledo!
Pois de que me restaria todas as rimas com medo,
para expressar tamanho desespero?
Sois atrevido em meu peito,
Nem mais careço lugar e sujeito
senão você e meu travesseiro,
para bagunçar e ser bagunceiro,
Sois meu medo,
túmulo de meus segredos,
calos dos meus dedos,
nó dos meu cabelos...
És um ano ou mais de todos os "elos" e "êdos"
pois vulnerável a ti pereço,
nem que restasse acalentar-me no travesseiro
para aparar-me de teu sentimento em meu peito...
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